O adeus a uma grande atriz.
A primeira vez que soube de Marília Pêra na vida, eu ainda era bem pequena, e ela tinha esse jeitinho: minha irmã foi ver A Moreninha no teatro, voltou encantada e trouxe o programa da peça com ela. (A foto é da novela A Moreninha, de 1965. A peça ela fez alguns anos mais tarde, com direção do Ulisses Cruz).
Todo mundo já está recordando a carreira dela no Face — o mínimo que ela merece –, então vou tentar ser sucinta:
Baita atriz, do tipo no-nonsense, no-bullshit, faz de tudo e tudo que faz, faz muito bem. Uma inteligência que chegava a intimidar. Coadjuvantes despreparados tremiam de medo: ai de quem pisasse na bola com ela. Se Marília tivesse nascido, digamos, na Inglaterra, onde atrizes como ela avançam impunes pela idade e pela carreira, ela teria uma meia dúzia de Oscars na prateleira. Aqui, Marília foi pouco a pouco sendo deixada de lado.
Toda minha consideração, então, ao Miguel Falabella: nos últimos anos, ele foi praticamente o único a manter essa atriz excepcional trabalhando, em Pé na Cova, Aquele Beijo e A Vida Alheia, e no musical Alô, Dolly.
Uma perda para a cultura deste país. Tremenda atriz!!
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