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Entre as inúmeras reportagens e biografias já escritas sobre Charles Manson, uma leva o título O Homem que Arruinou os Anos 60. Não se trata de exagero: o assassinato de Sharon Tate e de mais quatro pessoas na noite de 9 de agosto de 1969 é o marco simbólico do fim do sonho hippie e do ideal da contracultura. As ondas de choque causadas pela agressão alucinada a uma mulher tão jovem, bonita e promissora — e tão grávida — como Sharon fizeram vir à tona a realidade grotesca da comunidade liderada por Manson. Embora o FBI já estivesse investigando os estranhos moradores do Rancho Spahn, em geral se acreditava ainda serem eles uma congregação de paz, amor e desapego, capaz de atrair gente como Dennis Wilson, o baterista dos venerados Beach Boys. Longe disso. Manson, aliás, mal aparece em Era Uma Vez em… Hollywood: é a forma pela qual Tarantino nega a ele a notoriedade e sobretudo o fascínio que, inexplicavelmente, continuou a exercer até sua morte, na prisão, em 2017, aos 83 anos, condenado por um total de nove homicídios.

Manson tornava seus seguidores dóceis e receptivos (a ele) por meio da distribuição diária de drogas. Como se vê em Era Uma Vez, fazia as mulheres catar comida no lixo — e então destinava a elas os restos do prato dos homens. Encorajava-as, também, a valer-se do sexo para qualquer finalidade. Por exemplo, como mostra Tarantino, para manter quieto o velho dono do rancho e para recrutar adeptos. As caronas eram o meio habitual de levar gente nova para a seita; Wilson foi recrutado ao dar carona a duas moças — e, por sua vez, deu carona a Charles “Tex” Watson (Austin Butler), que viraria o tenente do grupo. Foi Wilson também quem, inadvertidamente, deflagrou os eventos que desaguariam na chacina: apresentou Manson ao produtor musical Terry Melcher, que, entretanto, não quis oferecer ao guru um contrato fonográfico, tornando-se objeto do rancor dele. Melcher deixou sua casa, em 10050 Cielo Drive, logo depois de conhecer Manson — que, para azar da nova moradora Sharon Tate, nunca se convenceu de que ele não mais a ocupava.
Publicado em VEJA de 21 de agosto de 2019, edição nº 2648
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Carrie Fisher
E 2016, que começou com o baque da morte de David Bowie, continua passando a foice até os seus últimos dias: dois dias depois de George Michael, agora se vai Carrie Fisher, também ela muito prematuramente, aos 60, depois de sofrer uma parada cardíaca durante um voo. O universo Star Wars está em choque com a perda de Leia Organa. E eu lamento também a atriz que era magistral como nenhuma outra em pequenas e desconcertantes participações em filmes como Harry & Sally, Hannah e Suas Irmãs, Austin Powers, Escritor Fantasma e tantos outros. O último papel em que a vi foi na (brilhante) série Catastrophe. Carrie matava a pau como a mãe do protagonista, um limão azedo que ninguém, a começar pelo filho, conseguia engolir. Mordaz, inteligente, inquieta e complicada, Carrie vai fazer falta. Safe journeys, Leia.