Só ação, sem explicação (ainda bem).
Embora não se compare em influência ao colosso Jogos Vorazes, dentre as outras sagas apocalípticas do segmento jovem adulto Maze Runner talvez seja a mais intrigante e a mais bem realizada – inclusive porque joga o leitor e/ou espectador direto na ação, sem se dar muito ao trabalho de explicar a sua mitologia (a série Divergente, que leva a sério a sua ideia de uma sociedade dividida em facções, se sai muito mal nesse aspecto): certas coisas parecem mas interessantes (ou menos implausíveis) quando são só sugeridas.
O primeiro filme, portanto, já começava com o adolescente Thomas (Dylan O’Brien) sendo atirado em um bosque confinado dentro de uma estrutura gigantesca – o labirinto do título, do qual ninguém jamais retornara vivo. Thomas e os outros meninos que já lá estão há algum tempo não sabem quem são, nem como foram parar ali; tudo que sabem é como sobreviver dentro do seu habitat. Algo em Thomas, porém, o compele a buscar uma saída. E assim terminava o filme inaugural da série: tendo chegado ao fim do labirinto, Thomas e os companheiros descobriam que eram cobaias em um experimento de sobrevivência conduzido pela furtiva doutora Ava Paige (Patricia Clarkson) numa Terra cauterizada por um desastre nuclear ou ambiental.
Maze Runner: Prova de Fogo retoma a história exatamente aí, no momento em que o grupo está sendo evacuado do labirinto e levado a uma instalação militar onde estão reunidos os sobreviventes de outros labirintos semelhantes. Teoricamente, é ali que vai continuar o treinamento deles para enfrentar as criaturas zumbificadas que restaram do apocalipse e assim restabelecer a civilização; na verdade, os adolescentes serão usados com fins sinistros. E toca escapar de novo e, desta vez, percorrer não um labirinto, mas a amplitude de um deserto interminável, onde um grupo de insurgentes resiste aos planos de Ava Paige.
É ação sem preâmbulos, sem DR, e sem uma conclusão também (a trilogia só vai se encerrar em 2017. com Maze Runner: A Cura Mortal), mas bem orquestrada por Wes Ball (o mesmo diretor do primeiro filme, raridade nesse tipo de franquia) e com um elenco sólido que, além de Dylan O’Brien e companhia, desta vez inclui uma boa participação de Giancarlo Esposito – o sujeito que, como o inescrutável Gus Fring, fez Walter White tremer na base em Breaking Bad.
Trailer
MAZE RUNNER: PROVA DE FOGO(Maze Runner: The Scorch Trials)Estados Unidos, 2015Direção: Wes BallCom Dylan O’Brien, Kaya Scodelario, Thomas Brodie-Sangster, Rosa Salazar, Ki Hong Lee, Giancarlo Esposito, Aidan Gillen, Patricia Clarkson, Lily Tailor, Barry Pepper, Alan TudykDistribuição: Fox