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Henry Cavill & Armie Hammer

UNI, DUNI, TRÊ…

HENRY CAVILL foi para a balada e não pegou sol; ARMIE HAMMER preferiu fazer turismo, passou o dia no calorão do Rio de Janeiro e chegou bronzeado à entrevista que os dois deram no Copacabana Palace, na semana passada, para promover o lançamento de O Agente da U.N.C.L.E., de Guy Ritchie, que entra hoje em cartaz.

Por que o público gosta tanto de filmes de agentes secretos? No espaço de um ano, além de O Agente da U.N.C.L.E., temos Kingsman – Serviço Secreto, Missão: Impossível – Nação Secreta e 007 Contra Spectre, só para ficar nos maiores.

Henry Cavill – Porque não há nada mais fantasioso, e mais excitante, do que a ideia de ser um agente secreto, acho eu. Os filmes de espionagem têm ação, aventura, sex appeal e, quando a coisa dá certo, ótimas histórias também.

Armie Hammer – É um apelo natural: a única coisa mais antiga no mundo que a prostituição é a espionagem. As pessoas estão se espionando umas às outras desde que descobriram que.. bom, que havia outras pessoas às quais espionar.

Vocês assistiram à série O Agente da U.N.C.L.E. ou prefereriram se manter longe da influência do original?

Henry Cavill – Eu não vi a série, porque acho difícil gostar de uma coisa e não tentar imitá-la. Preferi construir Napoleon Solo do zero, em parceria com Guy Ritchie e Armie.

Armie Hammer – Quando me mandaram o roteiro e eu vi o título, O Agente da U.N.C.L.E., achei que não fazia o menor sentido: se tínhamos dois caras e uma garota, por que “O Agente”, no singular? O fato é que Illya Kuryakin era um personagem pequeno, que ia entrar, sair e ser esquecido, mas ele agradou tanto que foi crescendo até virar protagonista. E a série era uma delícia. Eu assisti a todos os episódios, de cabo a rabo.

Que instruções Guy deu a vocês?

Henry Cavill – “Não se levem a sério demais”.

Como vocês chegaram à química entre vocês dois?

Armie Hammer – O que houver de química entre Illya e Napoleon é mérito de Guy: ele é engraçado, boa companhia, animado, inteligente, charmoso, mas acima de tudo ele é um bom amigo, e por isso sabe escrever tão bem sobre relacionamentos masculinos, achar o tom certo para eles. Ele compreende a dinâmica masculina, a camaradagem.

Mas, além da química, há também muita tensão entre Napoleon Solo e Illya Kuryakin.

Henry Cavill – Uma coisa e outra, a camaradagem e a tensão entre eles, foram surgindo aos poucos nos ensaios na casa de Guy: horas e horas, dias, discutindo o filme, indo e voltando, tentando soluções. A montagem também ajuda, claro: cortar na hora certa valoriza o tom de cada cena.

Não é procedimento padrão, em uma produção cara como essa, reservar tanto tempo para ensaios.

Armie Hammer – Um período curto de ensaios não é tão incomum assim, mesmo em superproduções. Mas fazer um filme é muito, muito, muito caro, envolve um monte de gente e de engrenagens, e na hora em que o diretor diz “ação” é bom todo mundo estar pronto, em ponto de bala. Então, mesmo que nessa roda-viva toda não seja possível ao diretor ensaiar com o elenco, é normal os próprios atores se juntarem para ler o roteiro juntos, trocar uma ideia. Guy, porém, se envolve com todos os aspectos. Daí colocar nós dois para ensaiar na sala da casa dele, por quanto tempo fosse necessário.

Vocês tiveram de fazer algum preparo físico especial?

Armie Hammer – Nos anos 60, o conceito de fitness era bem diferente do que é hoje. Basicamente, se você conseguisse fazer vinte flexões sem morrer, era considerado um sujeito muito em forma. Ninguém precisava parecer o Super-Homem. Embora alguém aqui até leve jeito para o papel.

O Agente da U.N.C.L.E. tem essa vibe dos anos 60 – mas nenhum de vocês dois viu os anos 60 de perto. Vocês sentiram alguma necessidade de pesquisar para entender como um homem se comportaria na década de 60?

Henry Cavill – Napoleon e Illya são dois sujeitos tão especiais que de qualquer forma eles não caberiam num molde como esse. E, de mais a mais, estes são os anos 60 de Guy Ritchie, uma versão de fantasia, e não uma reconstituição documental.

Armie Hammer – Honestamente, acho que quando qualquer um de nós pensa nos anos 60 – mesmo as pessoas que viveram os anos 60 –, o que elas enxergam é sempre uma visão de fantasia da década, uma lembrança seletiva. As pessoas dos anos 60 também pagavam imposto, tinham problemas de família, perdiam o emprego e tinham de procurar outro – todas as coisas chatas pelas quais todo mundo passa hoje, do mesmo jeito. Mas é óbvio que o que vem à mente é outra coisa: aniquilação nuclear, amor livre, os Beatles.

O filme conta muito pouco da história dos personagens: sabe-se pouco de Napoleon e menos ainda de Illya. Vocês bolaram um passado para eles, para explicar por que são como são? Por que é tão fácil irritar Illya, por exemplo?

Armie Hammer – Minha versão do passado de Illya é que ele é o filho de um figurão do Partido Comunista que caiu em desgraça e foi mandado para um gulag, um campo de concentração, na Sibéria. Illya, que desde cedo manifestou habilidades física excepcionais, foi selecionado da mesma forma que os soviéticos selecionariam uma criança para se tornar um atleta olímpico – mas para ser agente da KGB. Desde a infância, portanto, ele tem essa espada no pescoço dele: estamos dando uma chance a você, e é bom não estragá-la, como seu pai fez. Muita pressão. Illya levou uma vida horrível, só treinamento, só condicionamento ideológico. Napoleon é um cara safo, mundano, que sabe se virar em qualquer situação. Illya não tem o menor traquejo: só sabe bater e espionar.

Gaby Teller, a personagem de Alicia Vikander, seria então a primeira ligação amorosa de Illya?

Armie Hammer – Ha! Boa pergunta! Também não vamos exagerar. Eu diria que ela é a primeira ligação amorosa dele no decorrer de uma missão.

Toda a promoção de O Agente da U.N.C.L.E. está concentrada em vocês, mas o filme tem duas personagens femininas fortes: a Gaby de Alicia Vikander e a Victoria de Elizabeth Debicki.

Henry Cavill – A coisa mais eletrizante que pode acontecer quando você está filmando é olhar para o outro ator que está na cena com você e não ver o ator, só o personagem que ele faz. Alicia e Elizabeth são assim: jogam você dentro da história imediatamente. Além de serem pontuais e estarem sempre preparadas.

Armie Hammer – Não consigo pensar em nenhuma cena que Elizabeth e Alicia não tenham roubado da gente. Elizabeth, principalmente, devora a tela.

E que pescoço!

Armie Hammer – É mulher que não acaba mais, isso é um fato.


Leia aqui a minha resenha de O Agente da U.N.C.L.E

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