A Semana dos Megatrailers. X-Men: Apocalipse, Batman vs Superman: A Origem da Justiça, Independence Day: O Ressurgimento, Star Trek: Sem Fronteiras – quem saiu ganhando?

Excitação é uma coisa contagiosa, e os estúdios fizeram bem em aproveitar esses dias de crescendo até a estreia de Star Wars: O Despertar da Força para pôr na praça os trailers dos seus filmes-âncora de 2016. Todos os quatro são uma beleza, mas…

Para mim, o de X-Men: Apocalipse (Fox, estreia em 19 de maio) e o de Independence Day: O Ressurgimento (também Fox, estreia em 23 de junho) saem na frente. O diretor Bryan Singer anuncia para o novo filme dos X-Men aquilo que sempre fez melhor: encher as histórias do grupo de mutantes de presságios e de ecos de tragédias antigas e carregar no clima de fim dos tempos (é o que o título promete, claro, mas depois de tantos apocalipses no cinema e na TV não é fácil impressionar – e ele consegue).

Também o alemão Roland Emmerich parece retomar, neste novo Independence Day, seus pontos fortes. Fim do mundo é com Emmerich mesmo (vide o ID original, de 1996, mais O Dia Depois de Amanhã e 2012), mas os que ele cria nada têm de bíblicos. Emmerich gosta dos dramas pessoais em meio a cenários de catástrofe provocada, com destruição física em larguíssima escala. E vez por outra consegue tirar daí imagens icônicas, como a da Casa Branca sendo pulverizada em ID, ou a dos americanos tentando cruzar a fronteira em direção ao México, para fugir do frio, em O Dia Depois de Amanhã. Como eu por princípio adoro imagens de naves alienígenas gigantescas pairando ameaçadoramente sobre a Terra, estou dando nota máxima para o trailer de O Ressurgimento.

O que não quer dizer que o trailer de Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Warner, estreia 24 de março) seja menos impressionante: o caso aqui é o histórico do diretor Zack Snyder. O trailer promete acima de tudo um duelo pessoal, homem a homem, entre os dois super-heróis da DC Comics, repletode ódio e ressentimento (e vale lembrar que até aqui ainda é uma incógnita se Ben Affleck consegue se manter nesse tom durante um filme inteiro). Mas daí, lá perto do final, o trailer começa a sugerir outra coisa: aquela mesma destruição genérica em computação gráfica que tanto enfraqueceu a meia hora final de Homem de Aço. Se eu fosse de fazer apostas (não sou), eu me sentiria tentada a pôr 5 reais nessa hipótese, de que A Origem da Justiça vai terminar do mesmo jeito. Pontos extras, porém, para a cena da aparição de Gal Gadot como a Mulher Maravilha.

Finalmente, não sei o que pensar do trailer de Star Trek: Sem Fronteiras (Paramount, estreia em 21 de julho). É tão magnificamente bem dosada a mistura de ação operística, comédia deadpan e thriller político que J.J. Abrams bolou para os dois primeiros filmes que, admito, seria inviável transferi-la tal e qual aos cuidados de um outro diretor. Mas não consigo decidir se é genial partir para a pancadaria e os stunts escalafobéticos de Justin Lin, ou se ao longo de duas horas, e não só um minuto e meio, o negócio vai desandar para o desastre. Como J.J. fez de mim uma fã tardia de Star Trek (só dos dois filmes dele, mas já é alguma coisa), vou torcer pela primeira alternativa e reservar meu julgamento. Mas não sei não…